clay lia um artigo da life magazine sobre a vida no deserto. a imagem de uma praia que se extendia em todos sentidos fascinava-o. um sonho prololongado, sem termo, sem finalidade.
-então o que é que achas dos espaços livres de vida?clay não compreendeu imediatamente a pergunta; estava demasiado concentrado na imagem para estabelecer a relação.
-ah? perguntou
blair riu-se e não repetiu.
-o que é que disseste? insistiu clay
blair não desviou o olhar da revista. o próprio efeito era fingir que não ouvia, que não tinha interesse, que não tinha existido. um sorriso denunciou o jogo.
clay percebeu o sentido.
-eu gosto do deserto, dos espaços livres da vida...-uh uh. lacónica; acenando com a cabeça sem o confrontar com o olhar. sorriam
um silêncio enquanto liam as life magazines.
de súbito clay lembrou-se:
-é como o céu aberto sobre a cidade dos anjos