Sobretudo
terça-feira, abril 26, 2005
 
é a altura de limpar as matas e o sr. dos caminhos é contratado para desbravar a sarça, as latas de sumo natural e os fragmentos descarnados.

as agulhas verdescuras que falharam a ligação à terra e amontoam-se no chão;

tudo o que não deu raízes é arrastado.

as extremas de pedra sucedem-se.

a resina cola-se às botas e transporta as esquírolas secas para outro lugar.



de volta ao lago. descalça-se na orla de terra batida e, sacudindo as botas, livra-se das agulhas; perto do lago há uma poça de água choca, caída nas chuvas, que serve de diluente à resina aderente às solas.

de volta ao lago. sente a vontade de correr em volta do lago.

de volta ao lago. re/de/prime o desejo de entrar nas águas puras. está descalço sobre a terra batida.

inicia uma marcha acelerada sobre a terra batida (por ele: meses de vida em volta do lago). as pedras miudinhas sucedem-se. sente-as quando as arestas aguçadas ferem a planta dos pés.

perde a resistência e inicia a corrida; sabe que não tarda irá parar. vai aumentando o rítmo na medida da falta de fôlego.

pára. sente-se em completa deplecção. arfar, sôfrego, suado, com o peito a arder. talvez se encontre suficientemente perto da exaustão para mergulhar...

há uma força que ainda o impede.
 




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Run from the fuzz, the cops, the heat Pass me your gloves, there’s crime and it’s never complete Until you snort it up or shoot it down You’re never gonna feel free

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